Definir o indefinível. O método para conhecer a existência de Deus segundo Tomás de Aquino e o argumento ‘unum’ de Anselmo da Cantuária
DOI:
https://doi.org/10.25185/16.7Palavras-chave:
Tomás de Aquino, Anselmo da Cantuária, Prova da existência de Deus, Conhecimento natural de Deus, DefiniçãoResumo
Este artigo tem como objetivo defender a tese da semelhança pouco notada que existe entre os escritos de Tomás de Aquino e Anselmo de Cantuária, através da análise da noção e do uso da definição nominal na teologia natural ou filosófica. No terceiro artigo da sexta questão da Exposição do “De Trinitate” de Boécio, Tomás introduz a distinção entre definição nominal e definição real para aplicá-las ao conhecimento de Deus. O seu argumento é que, uma vez que não se pode conhecê-lo diretamente, nem lhe pode ser dada uma definição real por essa mesma razão, é preciso partir de uma definição nominal do que é Deus. Tal definição pressupõe um conhecimento de Deus, mas negativo, através dos atributos dos seus efeitos e por eminência. A definição nominal de Deus serve, então, como pressuposto da demonstração. No Proslógio e na Resposta às críticas que lhe foram dirigidas por Gaunilo no seu tempo, Anselmo concorda com esta distinção de definições, e que Deus não pode ser conhecido diretamente, a não ser por causalidade, negação ou eminência. Mas, ao contrário de Tomás, vê que a definição nominal de Deus é suficiente para produzir um ‘único argumento que não necessitaria, para a sua prova, de outro que não fosse ele próprio, e que bastaria por si só para nos assegurar que Deus é de um modo verdadeiro’, uma vez que isso é evidente para nós. Esta comparação ajuda também a compreender as críticas específicas de Tomás ao argumento de Anselmo, nomeadamente a que nega que o conhecimento de Deus seja evidente para nós (“quoad nos”).
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