«O Congo não era um lugar, o Congo era nós». Literatura e outredade em Pandora en el Congo por Albert Sánchez Piñol
DOI:
https://doi.org/10.25185/11.6Palavras-chave:
Romance de aventura, África, Colonialismo, Exotismo, Outredade, RaçaResumo
O trabalho propõe uma leitura de Pandora en el Congo (2005), de Albert Sánchez Piñol, como romance de aventuras. A nossa hipótese inicial é que o autor oferece uma reflexão metaliterária a partir de uma estrutura enmarcada na que se reconhecem diversos planos e relatos, que permetem revisar procedimentos literários e as narrativas da ciência ficção, romântica e de terror. O desenvolvimento da análise se faz, aliás, considerando o contexto colonialista que esse gênero implica. No caso deste romance, o contexto se subverte, fato que faz com que seja possível reformular os conceitos de outredade e exotismo. O cenário que se plantéia, o Congo no coração da África, é o local propício para deliberar sobre as relações binárias cristalizadas e a assimetria cultural estabelecidas pelo imperialismo europeu.