Uma abordagem do discurso “Conquista Espiritual” de Antonio Ruiz de Montoya através do estudo das imagens de benevolência.

Resumo

No relato da fundação de aldeias, evangelização e defesa das comunidades na região do Guayrá, Paraná, Uruguai e Tape, a convivência da geografia humana e natural com os seres sobrenaturais é mencionada como um facto regular. Para o padre Montoya, as missões jesuíticas, espaços delimitados e diferenciados do “exterior”, mostram-se como o lugar ideal para a interação do homem com a divindade. Ali, presenças celestiais orientariam os índios a levar uma vida apegada a preceitos e doutrinas e se tornariam ajudantes dos religiosos. Essas figuras de “resgate” (entre as quais se destaca o apóstolo São Tomé) aparecem na narrativa como instrumento para libertar os índios do mal, configurando assim uma mensagem de esperança. Nossa proposta baseia-se em uma dupla metodologia que contempla um estudo lingüístico-estruturalista e, posteriormente, uma leitura hermenêutica. O objetivo é revelar na narrativa do jesuíta a estrutura, os actantes, as tensões nodais e as redes isotópicas para, em seguida, refletir sobre o conteúdo semântico da mensagem que manifesta o estado de coisas próprio do universo simbólico de Ruiz de Montoya.